O Sertão não vai virar mar com as águas do Velho Chico, pelo menos se depender da Chesf e da Agência Nacional de Águas-ANA. Em meio a tantas promessas e projetos magníficos, construídos há décadas ao longo do São Francisco, nos quais o bem estar e a dignidade dos moradores ribeirinhos foram os itens menos valorizados, vemos que o único mar que se forma em nosso Sertão é feito de súplicas aos governos, preces a Deus e lágrimas da população, que ainda resiste em meio ao deserto de ações para divulgar técnicas de convívio com a estiagem, em lugares onde a esperança é apenas uma miragem, e a "ajuda do governo" não passa de carros pipas e esmolas, como as bolsas isso e auxílio aquilo.
A cada novo longo ciclo de estiagem, o povo sertanejo é submetido à humilhação de ser protagonista de mais um rosário de campanhas de arrecadação de alimentos, recebidas com alegria e constrangimento. O sertanejo digno é "antes de tudo um forte", não quer receber esmolas nem sobreviver às custas da caridade solidária. A população do semiárido merece respeito. A notícia abaixo está no Boletim Interno no. 21 do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco-CBHSF, publicado nesta quinta-feira (02).
"Reunidos no município de Casa Nova (BA), nos dias 24 e 25 de abril, os membros da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco discutiram sobre diversos assuntos que preocupam os moradores da região, com ênfase na redução de vazões no Velho Chico. Ao falar da situação de seca e de fome que atormenta os moradores de Casa Nova, o prefeito da cidade, Wilson Cota, chegou às lágrimas, ao tempo em que solicitou ajuda ao Comitê do São Francisco.
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